terça-feira, 1 de abril de 2014

“Ela não é minha mulher, é minha NAMORADA!!!!!”

A propósito de uma conversa de café, ouvi, aí pela milionésima vez, um cavalheiro responder, com esta bonita frase, a alguém que lhe disse qualquer coisa como: “se a tua mulher visse isso, não ia achar graça nenhum”. E confesso, que, dado o tom de voz agressivo e a cara de poucos amigos da criatura, fiquei chocada. Fiquei sinceramente chocada. E sabem porquê? Antes de mais, é necessário analisar o papel da tal “NAMORADA” na vida do sujeito:

- Vive há uns 4584589568956856 anos com ele;
- Atura-lhe as merdas todas;
- Lava-lhe as peúgas e as cuecas [também conhecidas como trusses, expressão linda e espetacular];
- Aguenta a má criação dos filhos do primeiro “ajuntamento” de sua excelência;
- Sujeita-se a ficar sozinha, em casa, enquanto a criatura curte com os amigos e as “amigas” (as quais, ao que consta, não são assim tão poucas quanto isso);
- Trabalha nos negócios do gajo e, por isso, está financeiramente dependente dele (provavelmente é por isso que ainda o atura);
- Há anos que o houve roncar, e que suporta o cheiro a Old Spice do “ogro” (juro que cheira mesmo a esta épica fragância dos anos 90).

Acredito que o moço deva ter os seus encantos, nem que sejam os carros de alta cilindrada e o [aparente] elevado padrão de vida. Vá-se lá compreender, há quem faça tudo por uma mala Carolina Herrera, nem que seja do Freeport. Aceito, já para a loucura, que até goste dela e que a trate bem. Mas isso não lhe dá o direito de apelidar a rapariguita de “NAMORADA”, em tom depreciativo, como se de “uma qualquer” se tratasse.

Ok, não querendo entrar em muitos preciosismos, a pessoa com quem vivemos debaixo do mesmo teto, com quem partilhamos as contas e a nossa vida, será apenas namorado/a???  Por outro lado, e afinal de contas, ninguém se casou. Ninguém foi ao padre nem ao registo. Ninguém montou uma cerimónia pirosa e disse “SIM”. Portanto, marido/mulher também não será o termo correto. E companheiro, será a designação mais acertada??? Pessoalmente, acho que sim, apesar de ser, também, a mais foleira.

 Seja como for, a questão não é o que se diz, mas a forma como se diz. O tal “cavalheiro” perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado. Escusava de ter escandalizado um café cheio de gente, visivelmente chocada com tão brilhante tirada. E, em grande medida, de ter humilhado e faltado ao respeito à tal “NAMORADA”.

E o pior é que há por aí muitos espécimes deste calibre. Por isso minhas amigas, sigam o conselho do Lobo: Olhos bem abertos.  

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